sobre os laços (in)quebrantáveis

Você vem com suas questões

E eu sempre tento acolhê-las

Numa tentativa (bem sucedida ou não) de responder e dar solução

O problema é que estou cada vez menos disposta a ser conselheira

Queria ter a calma e a tranquilidade de ser aconselhada

Queria confiar que posso ser ajudada

                        que não preciso ser só todo o tempo, em todas as questões.

Mas te acusar de falta de reciprocidade, de egoísta

É também falar sobre como eu não aceito a inversão dos papeis

É falar como não sei atuar de outra forma.

Sentir raiva de sua ausência já não responde mais as minhas dores

Tentar te substituir em todos os lugares já não faz mais parte do que quero

Mas será que é tudo isso parte da minha performance?

                Que estou querendo por a culpa em ti do que ninguém tem culpa?

Hoje só quero admitir que odeio nossa forma de relação

                                    que não sei como e onde ter outra

                                    que odeio nossos silêncios ensurdecedores e asfixiados de magoas

                                    que mesmo desesperada para superar isso, ainda me desespero querendo resolver fugindo, rompendo e esquecendo.